
Se a idéia de fazer uma sátira do neoconservadorismo que atingiu os EUA na última década, cujo símbolo máximo é o tal anel de castidade, utilizar esse mito presente em diversas culturas sobre uma mulher com dentes na vagina parece mais do apropriado para falar sobre esse pânico que envolve a sexualidade e todo seu poder aparentemente devastador sobre a sociedade. Apesar dessa ironia, Teeth acaba por sublinhar a cada momento suas intenções até o ponto em que não reste a mínima graça. Não há o que ''sacar'', nem o que ler nas entrelinhas, porque está tudo exposto lá, há todo momento, quais são as intenções do diretor, a psicologia dos personagens, etc.
Não que a paródia não possa se utilizar dessa exacerbação da obviedade tão presente nos filmes de terror adolescente, entre outros tantos gêneros, para ridicularizar não só a tal castidade como também o próprio gênero cinematográfico em questão. Com uma direção até certo ponto elegante, com o uso do silêncio e da pouca exacerbação das cenas, apesar de enquadramentos grotescos vez ou outra, o filme acaba não se decidindo a levar-se não a sério, dando continuidade à sua trama mesmo quando o final irônico já se anunciava, e dando seguimento a história como se estivessemos em um filme de terror comum.
Falando nisso, o filme tem um dos pôsteres mais bem-humorados que vi nos últimos tempos, que promete bem mais do que o filme no final nos mostra
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